Psicologia baseada em evidências: o que isso significa na prática clínica?
Entre as tantas abordagens e discursos que circulam hoje sobre saúde mental, um termo aparece com frequência — mas nem sempre é bem compreendido: a psicologia baseada em evidências. Ela não se trata de uma moda, nem de uma linha teórica. É um compromisso ético e técnico com aquilo que a ciência já comprovou como eficaz.
Assim como na medicina não se prescreve um medicamento sem respaldo científico, na psicologia também não deveríamos aplicar técnicas sem considerar sua validade empírica.
O que é, exatamente, uma prática baseada em evidências?
A definição clássica envolve três pilares:
1 - A melhor evidência científica disponível: estudos controlados, revisões sistemáticas, meta-análises.
2 - A expertise clínica do profissional: o julgamento técnico e a capacidade de adaptar a teoria à realidade do paciente.
3 - As características e preferências da pessoa atendida: sua história, valores, cultura e contexto.
É o encontro entre ciência, sensibilidade clínica e singularidade do sujeito.
Por que isso importa tanto?
Porque nem toda intervenção bem-intencionada gera bons resultados. A psicologia, quando mal aplicada, pode reforçar padrões disfuncionais em vez de tratá-los. Além disso, estamos falando da vida emocional de pessoas que confiam em nós.
Psicologia baseada em evidências não é engessada. Ela não sufoca a clínica, ela a sustenta. Oferece ferramentas testadas, afasta práticas ineficazes e coloca a responsabilidade do cuidado onde ela deve estar: no rigor e no respeito pela complexidade humana.
Se você é um profissional da psicologia, vale refletir:
As intervenções que você aplica têm respaldo científico?
Você tem clareza sobre o que funciona e o que só parece funcionar?
O quanto a sua prática se atualiza com base no que a ciência tem descoberto?
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Nos vemos na próxima edição.
Um abraço,
Cris Bortoncello